7 de setembro: as mobilizações em defesa da democracia e da soberania nacional
O 7 de Setembro, data da Independência do Brasil, foi neste ano um momento de afirmação da democracia, da soberania e do direito do povo brasileiro de decidir o seu próprio destino. As mobilizações em todo o país reafirmaram que a independência não é apenas um marco histórico, mas uma luta contínua contra todas as formas de opressão, desigualdade e autoritarismo.
É preciso denunciar com firmeza os atos de quem tenta sequestrar símbolos nacionais para transformar o 7 de Setembro em palco de ataques às instituições democráticas. Não há defesa da pátria quando se ergue a bandeira dos Estados Unidos em solo brasileiro, como tem ocorrido em manifestações, que, comprovadamente, renegam o Estado Democrático de Direito, tão caro ao povo, fazendo de tudo para o destruir. Esse gesto não é apenas desrespeitoso: é uma afronta à nossa soberania, construída com muito sangue, suor e resistência popular.
Neste contexto, ganha ainda mais relevância o julgamento, nesta semana, dos responsáveis pelas tentativas de golpe de 8 de janeiro de 2023. A punição exemplar aos envolvidos é fundamental para que nunca mais se repita no Brasil a violência contra a democracia, contra as instituições e contra a vontade popular expressa nas urnas. A impunidade incentivaria novas aventuras autoritárias; já a responsabilização fortalece o Estado Democrático de Direito e envia mensagem clara de que não há espaço para golpismo contra o maior bem que a nação possui, além de seu laborioso e aguerrido povo: a democracia, sem ressalvas e senões.
Se, para alguém, ainda paira alguma dúvida sobre os reais objetivos, daqueles que demagogicamente gritam contra a suposta tirania do STF, ao tempo que defendem abertamente a total submissão aos interesses do imperialismo norte-americano, verdadeira ave de rapina, para dissipá-la, basta que se dê atenção às antirrepublicanas e antidemocráticas manobras levadas a cabo no Congresso Nacional, com vistas a, antes mesmo da condenação dos políticos que tentaram aplicar o golpe, para se perpetuarem no poder, garantir-lhes anistia, ampla, geral e irrestrita, passada, presente e futura. Na verdade, buscam salvo conduto absoluto, que permita a quem odeia a ordem democrática destruí-la, sem punição alguma.
Dentre os defensores desse crime, sem precedentes, incluem-se os governadores SP, GO, MG, SC, que já se lançaram candidatos à presidência da República.
Há imperiosa necessidade de todos quantos cultuam a democracia, por ela lutaram, lutam e continuarão a lutar, sem medo e sem rodeios, digam ao povo, inclusive à parcela que se acha iludida com lobos, travestidos de carneiros, o que será do Brasil, se essas figuras sorem vencedoras nas eleições de 2026.
Com certeza, a primeira medida que tomarão será a abolição do Estado Democrático de Direito, decretando o fim de todas as formas de manifestação e de expressão.
O movimento sindical, os trabalhadores da educação e todos os que acreditam na democracia não esquecem o que foi a luta pelas Diretas Já, a resistência contra a ditadura militar e a conquista da Constituição Cidadã de 1988. Cada um desses capítulos reforça que a democracia é fruto da mobilização popular, não dádiva de governantes. Foi com esse espírito que milhares de brasileiros e brasileiras, que sabem a importância e o valor da ordem democrática, mobilizaram-se no último 7 de Setembro: para afirmar que soberania, democracia e direitos sociais caminham juntos.
Mais do que celebrar o passado, cabe, a quem verdadeiramente quer a democracia, garantir que o futuro não seja sequestrado pelo autoritarismo, pelo entreguismo e pela violência. A verdadeira independência do Brasil se constrói com o fortalecimento da educação, da justiça social, da liberdade de expressão e da valorização do trabalho. E é por isso que, neste 7 de Setembro, nossa bandeira foi e será sempre a da democracia, da soberania nacional e da esperança no futuro.
Foto da matéria: Bruno Peres/Agência Brasil