“Silêncio dos banqueiros prejudica a população e os trabalhadores”, alertam sindicalistas
Bancários completam mais um dia em greve e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) mais um dia em silêncio.
Deflagrada no dia 06 de outubro, a paralisação nacional dos bancários, que completou 10 dias nesta quinta-feira (15), demonstra a força e mobilização da categoria, que paralisou 11.439 agências e 42 centros administrativos em todo o Brasil.
Na opinião dos sindicalistas, a atitude intransigente dos bancos demonstra o nível de descaso com a população. “Com essa postura os banqueiros demonstram todo o seu desrespeito não somente com a categoria, como também com a população, que paga altas taxas e juros exorbitantes”, afirma Alex do Livramento, bancário da CTB e dirigente do Sindicato de São Paulo.
Segundo Livramento, apesar da crise o setor é um dos que mais tem lucrado nos últimos tempos com a exploração dos trabalhadores e dos clientes. “Só a receita referente à prestação de serviço, incluindo as tarifas, ultrapassa os R$ 40 bilhões por ano”, revelou.
No entanto, enquanto a Fenaban ignora a greve, o movimento cresce e se fortalece. Parados em 26 estados e Distrito Federal, os bancários demonstram que não recuarão de suas justas reivindicações.
Reunido na última quarta-feira (14), o Comando Nacional dos Bancários, que congrega representantes de diversos estados brasileiros, avaliou os rumos do movimento. O balanço feito pelos dirigentes é que o movimento está melhor a cada dia, com apoio dos clientes e da opinião pública em geral.
Eduardo Navarro, coordenador da CTB Bancários e vice-presidente da Federação da Bahia e Sergipe (Feeb Base), reforçou que o número crescente de adesões e de agências fechadas comprova que a categoria está disposta a combater com força a falta de sensibilidade dos bancos, que por meio de uma proposta rebaixada no reajuste salarial (5,5%, diante de 9,88% de inflação do período, causando uma perda de mais de 4%) e um abono de R$ 2.500,00 (pago de uma vez e não incorporado aos salários), afronta os milhares de trabalhadores em todo o país.
“Nem podemos chamar isso de proposta, mas sim de provocação e de desrespeito completo com os trabalhadores. Não aceitamos essa lógica de bonificação, uma estratégia utilizada na década de 90, que representa um retrocesso a toda uma categoria responsável por um setor tão importante para a economia do país”, disparou Navarro.
Fonte: Cinthia Ribas – Portal CTB