Base Nacional Comum Curricular deve ter a cara do Brasil, diz dirigente da CTB
Após criar uma comissão especial com 116 integrantes, de 35 universidades, o Ministério da Educação (MEC) divulgou em setembro passado a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e agora anuncia a plataforma basenacionalcomum.mec.gov.br para as pessoas enviarem suas contribuições ao texto preliminar.
A consulta pública do MEC possibilita às pessoas efetuarem cadastro e criarem login para enviarem suas sugestões. Saiba como enviar sua contribuição aqui. Participe enviando sugestões até o dia 15 de março.
Marilene Betros, dirigente da CTB, entende ser muito importante a criação dessa base nacional, mas critica a forma como foram encaminhadas as discussões. “A CTB acredita que a base é muito importante, mas não aceita a criação do texto por uma comissão especial, distante do movimento dos educadores”, reclama.
Ela acha interessante a divulgação do site para a participação dos interessados. Mas rebate a criação de parâmetros curriculares nacionais por um grupo pequeno “sem a ampla participação de estudantes, trabalhadores da educação e da sociedade civil organizada”.
A presidenta da União Brasileira de Estudantes Secundaristas, Camila Lanes, defende uma base curricular que “transforme a educação e dessa forma acabe com a grande evasão escolar, que “infelizmente cresce a cada ano no país”.
Para ela, a educação precisa “ser mais humana, ter formação crítica dos estudantes. Não apenas uma formação para o mercado de trabalho ou para o vestibular”.
Além da discussão pública pelo site criado pelo MEC, a base será debatida em todas as unidades da federação. Após os debates, o texto final será enviado para apreciação do Conselho Nacional de Educação.
“Nós vivemos num país continental, por isso, precisamos discutir com muita serenidade”, diz Marilene. Para ela, “é muito importante a criação de uma base que respeite a diversidade nacional”.
Ela defende ainda que a discussão sobre a base chegue a todos os rincões do país, respeitando as culturas locais. “A base curricular precisa respeitar as diferenciações de um país gigantesco como o nosso e não padronizar o ensino, sem o devido conhecimento de cada realidade particular”.
“Os meninos do Nordeste, as populações ribeirinhas do Amazonas ou do interior do Maranhão não devem receber uma cultura que não tem nada a ver com a sua própria”, reforça.
Para ela, a nova base da educação infantil, fundamental e ensino médio ser formulada com a participação de toda a sociedade. “A CTB quer uma otimização objetiva dos debates, onde todos os setores sociais estejam representados e a BNCC efetivamente represente a cara do Brasil”.
Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB